Subida para o primeiro lugar:
Acabou em festa um jogo que até nem começou bem para o lado dos
7 Nation Army – pelos dois golos madrugadores da equipa
C. Guimarães. Mas o objectivo foi cumprido, com a contribuição de
Lois: os
7 Nation Army conseguiram um espectacular triunfo (10-9) que é certo ficar na história.
Os festejos de ontem não significam, todavia, que os soldados já se tenham livrado do
C. Guimarães: se os vimaranenses foram recambiados para casa com o rabo entre as pernas (e o dedo médio esticado…), a verdade é que, olhando para o próximo jogo, é assustador a garra que
Tunha e companhia terão para tentar dar a volta à situação.
Lição táctica e de coragem faz 7 Nation Army derrotar C. Guimarães:
Dia 17 de Março de 2006. Esta é uma data que os vimaranenses (e não só) não vão esquecer. Mas se por acaso algum dia a memória os atraiçoar, então bastará recordar que esse foi o dia que os
7 Nation Army roubaram a liderança do campeonato ao
C. Guimarães num jogo em que o golo da vitória foi apontado no último minuto.
Só a vitória interessava e ela foi conseguida. Era preciso um super
7 Nation Army e ele apareceu. Mas não bastava ter alma, era preciso ter cabeça. E os soldados tiveram tudo isso, no tempo certo e na dose exacta.
Surpresa. Sem
Shorty nem
Cunha, a equipa
C. Guimarães criou alguma surpresa ao subir ao relvado com
Pinto e
Ricardo.
Golpe. A abordagem dos
7 Nation Army ao jogo privilegiava uma posição de expectativa que essencialmente evitava correr riscos desnecessários.
Era necessário controlar as emoções mas era difícil desacelerar um jogo que logo nos primeiros minutos ganhava irresistível balanço com dois golos da equipa
C. Guimarães. O golpe foi duríssimo mas ao contrário do que se poderia supor não foi mortal. Os jogadores da equipa
7 Nation Army não se desuniram, mantiveram-se rigorosos e logo subiram no terreno, apertando a pressão, reduzindo as linhas, ganhando alento acabando por merecer o prémio. A incrível reviravolta, chegando mesmo a ter uma vantagem de quatro golos.
Coragem. Os minutos que se seguiram foram de enorme sofrimento pois o balanço do
C. Guimarães assustou, mas foram também uma lição de coragem. Os jogadores entregaram-se a cada lance como quem se entrega a uma causa. E assim, os minutos foram passando, acabando a equipa
C. Guimarães por empatar o jogo, já nos minutos finais. Foi então que na sequência de um contra-ataque,
Cochi passou para
Miki, que fez uma recepção desastrosa. Mesmo assim não perdeu a bola, conseguiu coloca-la nos pés de
Primo que rápidamente devolve para
Miki e este assiste
Lois para o golo da vitória. O
árbitro apita com os jogadores ainda a festejarem.
Júlio (8) - Exibição carregada de superlativos, tal foi a noite incrivel do guardião. Defendeu tudo o que podia, e mesmo algumas que não podia, ajudando no triunfo da sua equipa.
Xurra (6) - A partida não começou bem para si, tendo sido culpado num dos golos madrugadores da outra equipa. Foi progredindo e terminou o jogo já como uma boa unidade em campo. Desentendeu-se com
JP depois de uma entrada mais dura.
Miki (7) - Denotou algum nervosismo, levando o seu tempo a controlar as iniciativas que pareciam inofensivas. Fundamental na jogada do golo que deu a vitória.
Cochi (7) - Jogar como defesa esquerdo não é claramente o seu forte. Quando subiu no terreno fez uma exibição bem conseguida. Espectacular remate do meio da rua que não entrou porque o poste não deixou.
Primo (8) - Um bom jogo, lateralizando e dando velocidade. Começou no meio, mas surgiu na direita com frequência na tentativa de surpreender os adversários. Agressividade nos limites e impressionante entrega a defender. Belo tento praticamente sem angulo.
Lois (9) - Homem do jogo. Deu estabilidade ao meio campo e criatividade nos ataques da sua equipa. Manteve vigilancia apertada em
Trancoso, anulando-o por diversas vezes.
Tito (8) - Um jogo em que marcou bastantes golos. Ficou em segundo lugar na votação que decorreu durante o jogo optando os adeptos por
Lois como melhor em campo (e com justiça). Acabou o jogo a central, que é uma posição que também conhece bem.
Junior (6) - Atento às iniciativas atacantes adversárias, foi dificil passar no seu sector. Foi dos defesas mais regulares em todo o jogo.
Espiga (6) - À excepção de uma ou outra hesitação mostrou ter rins, bom jogo aereo (do qual surgiu o seu golo) e adrenalina para travar, mesmo com alguma dureza,
Primo. Frustado com o facto de um penalti não ter sido marcado.
Pinto (7) - Tem um pulmão de fundista. Batalhador incansavel na procura da bola e do golo.
Ricardo (6) - Tentou usar a velocidade para criar contra-ataque. Infeliz nos seus remates e no seu entendimento com
Tunha.
Trancoso (7) - Guimarães parece estar-lhe a fazer bem. Consegue misturar a sua técnica apurada com maturidade tactica não antes vista que perturba qualquer meio campo adversário. Ainda foi autor de alguns dos golos da sua equipa.
Tunha (8) - Jogou atrás de
JP, sendo o primeiro tampão aos ataques adversários. Livre venenoso que deu origem a um belo golo. De louvar a sua sinceridade quando a sua equipa estava a perder e assumiu uma falta que originou uma grande penalidade.
JP (7) - Sempre a encontrar espaços para receber a bola, ou para libertar espaços para os seus. Marcou o golo do empate, este muito festejado pela equipa.
Há noites que ficam na história do futebol. Esta, no estadio das Olaias, entra nesse lote. Merecida glória dos 7 Nation Army, uma equipa de herois.
Triste incidente depois do jogo. O jogador Miki chegou ao carro e tinha o pneu direito traseiro em baixo. Houve uma denuncia anonima que dizia ter visto adeptos (ou mesmo jogadores) da equipa adversária a rondar o carro.